VIA INICIÁTICA
Os Valores Iniciáticos
É fundamental recordar, mais uma vez, que toda estrutura iniciática, por mais que seja inspirada, conectada ao Espírito e à Tradição (imutável em sua essência), continua sendo uma "criação" humana, e, como tal, carrega luzes e sombras.
Na realidade, a única estrutura que verdadeiramente importa, independentemente de qualquer organização externa, é aquela que existe dentro de nós. Apenas essa estrutura interior pode, se conseguirmos alcançá-la, nos conectar à Fonte de Luz que buscamos.
Os mestres terrenos e as iniciações são necessários para abrir certos véus, nos guiar por um período e nos permitir transmitir o que recebemos, garantindo assim a continuidade Tradicional. No entanto, se o trabalho interno for bem realizado e se uma mentalidade Tradicional for verdadeiramente cultivada — fixando na cor purpúrea alquímica aquilo que deve permanecer estável —, será possível e necessário ir além (ainda que saibamos que essa jornada raramente será fácil).
Dessa forma, introduzimos o conceito de Virtus, transmitido a todos os iniciados como uma semente que deve germinar e crescer através do veículo iniciático. Esse veículo está referenciado no ápice visível da Grande Pirâmide, que detém a dignidade real e sacerdotal do Rito.
O detentor desse ápice, por meio das iniciações regulares recebidas de seus predecessores, mantém os elos potenciais com o Espírito, que anima e sustenta a emanção Tradicional. Entretanto, cabe a cada indivíduo — assim como a todos os outros iniciados — buscar, ao longo de sua vida, através da vivência interna do Rito Sacrificial, sua regeneração espiritual e elevação para os planos superiores do Espírito.
Se aceito de forma benevolente e conforme a transformação de seu próprio estado de ser, o iniciado pode tentar alcançar sua própria reintegração.
Para que tudo isso ocorra harmoniosamente, é necessário que o conceito de Virtus esteja sempre associado ao de Fides (Fé). Esses dois princípios, unidos, devem permeá-lo em todos os níveis e âmbitos da existência.